12.06.2013
A célebre cantora portuguesa Ana Moura irá participar no Festival des Musiques Sacrées em Fès no dia 12 de Junho, no contexto das Nuits de la médina. A cantora, originária de Santarém, no nordeste de Lisboa, foi desde cedo sensível ao fado. Descobre esta canção melancólica no seio da sua família, mas também através da rádio. Ainda adolescente, muda-se para a periferia de Lisboa, onde dá os primeiros passos num universo um pouco mais rock, ainda antes de se orientar realmente para o fado enquanto cantora. Reconhecida actualmente pelo mundo inteiro, Ana Moura assina o seu quinto albúm, Desfado. Uma obra singular, dado que mistura personalidades ligadas ao fado, como Aldina Duarte ou Pedro da Silva Martins, mas também outros autores da sua geração que estão fora desse estilo musical.
O que é o fado?
É a música nacional portuguesa por excelência. Nascido no início do século XIX, nos bairros populares de Lisboa, o fado, que vem da palavra latina “fatum” que significa destino, não tinha, nos seus primeiros tempos, boa reputação. Cantado nos cafés e apreciado por um público essencialmente constituído por marinheiros e marginais, este tipo de música chega, no entanto, rapidamente à aristocracia portuguesa. Tendo-se tornado a canção emblemática de Portugal, o fado exprime o estado de alma dos seus habitantes, apresentando emoções marcadas pela melancolia, o arrependimento e a nostalgia. Estes sentimentos são reagrupados no termo lusitano “saudade”. O fado foi levado ao ecrã pelo realizador espanhol Carlos Sauro em 2007 no seu filme “Fados”. Em 2011, tornou-se Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.